Ginecologia infantil e alterações congênitas

Ginecologia infantil e alterações congênitas

Ao contrário do que muitas vezes pensamos, a consulta com o médico ginecologista não deve ser iniciada apenas com o começo da vida sexual ou com a primeira menstruação. 

Quebrar este tabu é importante, pois consultar essa especialidade na infância pode ajudar a detectar alterações e tratar precocemente, antes mesmo que elas tragam problemas para a vida dessa menina. 

É o caso das alterações congênitas dos órgãos genitais, as quais ocorrem enquanto o feto ainda está se desenvolvendo no útero da mãe. Essas alterações podem e devem ser diagnosticadas precocemente. Entretanto, são frequentemente diagnosticadas apenas na puberdade ou ainda na idade adulta. Podem se apresentar como ausência de menstruação, cólica menstrual intensa ou dificuldade para iniciar relações sexuais.

Quais as principais alterações congênitas? 

Hímen imperfurado

O hímen é uma membrana que cobre o canal vaginal da mulher e que se rompe ou se alarga durante a relação. Normalmente o hímen apresenta um orifício de 1- 2 cm que permite a saída da menstruação e secreções vaginais.  No caso do hímen imperfurado, a membrana cobre todo o canal vaginal, sem um orifício, o que não permite a saída da menstruação e nem de secreções vaginais. 

Geralmente não apresenta sintomas durante a infância. Na puberdade, quando a menina tiver sua primeira menstruação, esta ficará retida no canal vaginal. O acúmulo de sangue dentro do canal vaginal e do útero poderá causar dor pélvica intensa e também poderá desencadear outros problemas para a saúde do aparelho reprodutor feminino como endometriose ou infertilidade.  Por isso, o ideal é diagnosticar e tratar antes da primeira menstruação. O tratamento é feito através de procedimento cirúrgico simples para criar um orifício no hímen.

Síndrome de Rokitansky

Essa síndrome, apesar de rara, afeta cerca de 20 mil mulheres no Brasil. Suas características são a ausência ou desenvolvimento insuficiente dos órgãos genitais internos na mulher – tubas uterinas, útero e canal vaginal. 

Como consequência, ela terá problemas para menstruar, ter relações sexuais e engravidar. Em algumas variações, o canal vaginal tem apenas a parte mais externa, cerca de 2cm, e o útero presente, mas não bem desenvolvido. 

A síndrome muitas vezes acaba sendo descoberta apenas quando chega a puberdade e a menina não menstrua ou quando não consegue ter relação sexual com penetração. O tratamento, se for o desejo da mulher, deve ser feito através de reconstrução do canal vaginal, por dilatação ou cirurgia. 

Um ponto importante que muitas vezes é ignorado, é que o acompanhamento psicológico é fundamental e faz parte do tratamento. Devido à imaturidade emocional da idade, a paciente pode ter muita dificuldade em enfrentar essa situação complexa. 

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico destas e de outras alterações congênitas poderá ser feito pelo especialista em ginecologia da infância e adolescência, que poderá examinar a paciente e também solicitar exames complementares, como o ultrassom. Além disso, realiza o acompanhamento para que o desenvolvimento da menina seja realizado de forma saudável. 

Na Santa Casa de Porto Alegre, o Hospital da Criança Santo Antônio conta com o Centro de Ginecologia da Criança e do Adolescente. A equipe é formada por ginecologistas, cirurgiã ginecológica, psicóloga, psiquiatra, cirurgião pediátrico e endocrinologistas. Um time completo para oferecer um olhar atento à saúde das meninas para um pleno e saudável desenvolvimento. O agendamento de consultas pode ser realizado pelo telefone (51)3214-8000.

Fontes:
Liliane Diefenthaeler Herter – CRM 15.827
Noadja Tavares de França – CRM 34748
Soraia Nilsa Schmidt – CRM 16784
Francine Zap Bertoncello – CRM 39651
Mariane Beust – CRM 42164

Os conteúdos deste site têm caráter informativo e não substituem a consulta com um médico.

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